O Pavilhão das Culturas Brasileiras do Parque do Ibirapuera (PACUBRA) volta a ser palco do SPFW maior semana de moda da América Latina e recebe 38 desfiles de etiquetas nacionais até segunda (20.10). A Revista Bravo! está cobrindo os desfiles que fazem intersecções interessantes com arte e cultura. Descubra aqui, 3 destaques desta temporada que merecem a sua atenção:
- Bastou o primeiro look de Ronaldo Fraga ser apresentado para que a plateia no auditório do Museu da Língua Portuguesa abrisse um sorriso. Foi com a alegria de um grupo de crianças que o estilista iniciou o seu retorno ao SPFW após um hiato de seis anos — e o motivo não poderia ser mais apropriado já que a infância de Milton Nascimento serviu como ponto de partida para o conceito do desfile-cortejo da última segunda (13). “Antes de ser nota, melodia ou letra, Milton é chão, céu e montanhas. Sem pose e com gesto largo, ele nos leva sempre a um lugar de renascimento”, definiu o estilista no release do projeto. A coleção foi marcada por linho, jeans e tafetá — com bordados em rechelieu (técnica francesa de recorte vazado) e ponto-cruz produzido pelo Projeto Casa Bordada.
- Leandro Castro fez um belo desfile na última quinta (16) no PACUBRA ao apresentar a coleção “Gaiafilia”, neologismo que significa amor à terra. Inspirada na conferência Os Mil Nomes da Gaia e na riqueza da região amazônica, a coleção usa práticas sustentáveis de produção. Biomateriais como látex, madeira de manejo florestal, cuias e biojoias, se tornaram a base da coleção, e foram incluídos em bordados em madeira. O uso de ipê roxo, sementes e resíduos têxteis de baixo impacto ambiental, completam a proposta do estilista de um design regenerativo dialogando com a cultura local e a preservação ambiental. Quem estiver pelo evento, poderá ver parte da coleção em uma exposição no estande do SEBRAE, parceiro do projeto. As peças também serão vendidas na BaFu, na Barra Funda, em São Paulo, até terça (21.10).
- A pintura da modernista Djanira da Motta e Silva (1914–1979), que retrata o universo cotidiano a partir de um inventário afetivo do Brasil, serviu de inspiração para a nova coleção da marca cearense Marina Bitu. A pesquisa iniciou em 2019, mas só se concretizou no ano passado com a parceria do Instituto Pintora Djanira. A partir de uma curadoria cuidadosa do acervo, foram selecionadas obras que retratam especialmente o fazer das mulheres como em “Tecelã”, “Costureira”, “Bordadeira” e “Tecendo Rede”. Os plissados volumosos característicos da marca foram apresentados junto com túnicas, saias e blusas de cetim de seda em estampas literais das obras, Um mix de elegância e sensibilidade ímpar.
|