Ontem à noite, as luzes do Alvorada apagaram cedo, e Jair Bolsonaro foi dormir.

Não congratulou o vencedor, nem fez discurso de derrota — mas também não negou o resultado das urnas ou convocou pancadaria.

Há uma razão para isso — aqueles com quem contava não deram espaço. No início da semana, quando um movimento quis pedir adiamento do pleito, os comandantes militares se calaram. Negaram apoio. Imediatamente após o TSE sacramentar o resultado como irreversível, o presidente da Câmara, Arthur Lira, foi à TV com discurso já lulista. O Centrão sendo Centrão. A Polícia Rodoviária Federal tentou ajudar, impedindo eleitores nordestinos de chegarem às urnas — mas foi no Sudeste que Bolsonaro mais perdeu votos.

Houve episódios de violência nas estradas do país, porém esporádicos. O ar para uma ação baseada no questionamento do resultado sumiu muito rápido. Na ausência de Bolsonaro, os bolsonaristas foram aos poucos reconhecendo a derrota.